Até pouco tempo tínhamos apenas a escola regular e a escola especial, particularmente. A educação inclusiva surge como uma solução para acabar com essa segregação. 

Ela atua como a educação especial numa escola regular, possibilitando a convivência e a inclusão social de alunos com algum tipo de deficiência, promovendo a diversidade.

Neste artigo, você saberá mais a respeito da educação inclusiva na escola e o suporte necessário para que ela se torne real. Além de descobrir qual o papel da escola nessa mudança, você também compreenderá os pilares da educação e o que é esperado de uma escola inclusiva.

Boa leitura!

O que é a educação inclusiva?

Antes de entrarmos no conceito de educação inclusiva, é preciso compreendermos a sua diferença entre a educação especial.

A educação especial é um modelo de ensino visando possibilitar o desenvolvimento das habilidades de pessoas com deficiência, abrangendo todos os níveis do sistema de ensino, da educação infantil até o nível superior.

É da sua responsabilidade prestar um atendimento especializado ao aluno, dessa forma, seu público-alvo são os estudantes portadores de algum tipo de deficiência, distúrbios de aprendizagem ou os que possuem habilidades superiores (superdotados).

Já a educação inclusiva é uma proposta de ensino onde o processo educacional vai muito além, sendo percebido como uma metodologia  social onde todas as pessoas, deficientes ou não, têm acesso à escolarização.

O Censo Escolar coletou dados que comprovam o aumento de matrículas de estudantes com algum tipo de necessidade especial em 30% no Brasil. Isso reforça a demanda desses estudantes e a relevância de debates e práticas dedicadas à inclusão em todas as instituições de ensino.

Segundo a lei nº 13.005, pelo Plano Nacional de Educação (PNE), as escolas brasileiras devem oferecer um sistema educacional inclusivo. Alunos com idades entre 4 e 17 anos com necessidades especiais têm direito a matrícula em classes regulares comuns a todos.

É uma modalidade de ensino que prioriza a formação completa sem qualquer tipo de preconceito, reconhecendo que cada diversidade possui o seu valor. Para que ela seja uma realidade nas escolas, é primordial a criação de redes de apoio aos docentes.

O que e quais são as redes de apoio?

A jornada de aprendizagem dos alunos com deficiência é uma responsabilidade compartilhada por todos que fazem parte da comunidade escolar, não sendo uma tarefa que cabe somente aos professores. 

Dessa forma, há as redes de apoio formadas por pessoas que contribuem no processo de ensino e aprendizagem do aluno. Veja a seguir quem faz parte dela:

1) A família

Os pais são os primeiros e principais responsáveis pela educação escolar das crianças e jovens.

Por isso, é crucial desenvolver uma relação de colaboração e confiança entre a escola e a família, havendo uma comunicação direta e responsável entre elas.

2) Profissionais da área de saúde

Profissionais específicos da área de saúde ajudarão os professores a compreender as reais necessidades dos alunos, orientando-os como devem auxiliar esses estudantes.

Médicos, psicopedagogos, psicólogos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos são essenciais para a aplicação da educação inclusiva.

Qual o papel da escola na educação inclusiva?

O dever da escola é acolher os alunos com deficiências, adaptando todos os recursos necessários para garantir a eles o seu direito à educação.

A instituição também deve capacitar os seus professores por meio de qualificação e formação continuada, indispensáveis para lidar com esses alunos, bem como as mudanças e os equipamentos necessários para o seu aprendizado.

Reuniões com professores e coordenadores pedagógicos auxiliam no compartilhamento de experiências e no aprendizado.

A Base Nacional Curricular Comum (BNCC) é um documento que direciona as escolas. Ele deve ser utilizado em toda a educação básica, porém não se trata de normas fixas e “engessadas”.

Fazer uma adaptação nesse currículo para favorecer a aprendizagem dos alunos com deficiência também é de responsabilidade da instituição de ensino e de todos os seus educadores. 

Nessa flexibilização está incluso o fornecimento de material e equipamentos específicos, além da aquisição de um mobiliário adequado para os alunos.

A escola não está desamparada nesse processo, pois o trabalho deve ser realizado em conjunto com a escola regular, o estado e o AEE – Atendimento Educacional Especializado.

Quais os fundamentos da educação?

O relatório elaborado pela Comissão Internacional Sobre a Educação para o Século XXI para a Unesco apresenta quatro fundamentos nos quais a educação deve se firmar:

• aprender a conhecer;
• aprender a fazer;
• aprender a conviver;
• aprender a ser.

Estabelecer a educação inclusiva em cada uma dessas bases é assegurar que a aprendizagem dos alunos com deficiência se concretize por meio de possibilidades variadas de desenvolvimento encontradas na escola.

Como estabelecer a educação inclusiva nas escolas?

É de responsabilidade da escola adequar-se a todas as necessidades dos alunos com deficiência. Sendo a educação um direito de todos, os gestores devem buscar soluções para disponibilizá-la a todos os estudantes, sejam eles neurotípicos ou portadores de alguma necessidade especial.

Obviamente, esse processo não é fácil e exige planejamento, contratação e qualificação dos profissionais, investimento, estruturação e efetivação de políticas públicas. 

Além disso, é preciso ter muita empatia, observar todos os potenciais, desenvolver planos individuais de ensino, além de planejamentos contínuos e apoio físico e pessoal para que tudo isso seja possível.

Dessa forma, analisando o nível da gestão escolar, selecionamos os principais passos para ajudar na consolidação da educação inclusiva da sua instituição de ensino. Confira:

1. Desenvolver pilares para a escola ser totalmente inclusiva

É essencial contar com a ajuda de profissionais para direcionar a equipe constantemente, já que não há suporte nem capacitação para preparar os docentes. 

Isso ajuda a manter um diálogo frequente sobre a inclusão e necessidades dos alunos com deficiência.

2. Debater constantemente sobre o tema

É necessário que essa pauta da educação inclusiva seja debatida constantemente na comunidade escolar, que deve estar pronta para identificar os desafios para realizar essa inclusão. Cabe a você, enquanto gestor, estimular a realização desses debates.

3. Desenvolver metas

A inclusão de alunos com deficiência deve ser uma meta e fazer parte dos documentos reguladores da unidade escolar, desde o Projeto Político Pedagógico (PPP), passando pelo planejamento de iniciativas anuais, até planos de gestão e qualquer outra documentação do cenário educacional.

4. Adaptar o espaço físico da escola 

A princípio, a responsabilidade de adequação do espaço físico da escola é das secretarias e coordenação de educação. 

Porém, permitir a acessibilidade com a construção de rampas, ou ambientes adequados para atender pessoas com deficiência, são iniciativas simples, que podem e devem fazer parte dos planejamentos de orçamentos e planos de ação da sua escola.

#05. Dar suporte a planejamentos individualizados

É fundamental dar apoio e orientar, juntamente com a coordenação pedagógica, a criação de planejamentos educacionais individuais para os estudantes integrados, segundo as suas habilidades e limitações, repensando-os e atualizando sempre que possível.

6. Amparar os responsáveis

É por meio da união da escola, família e profissionais da área de saúde que o processo de educação inclusiva acontece harmonicamente.

Por isso, é necessário manter um diálogo constante com os pais e responsáveis, viabilizando a troca de informações e atualização de dados dos estudantes.

7. Utilizar uma solução tecnológica eficiente

Por falar em atualização de dados dos alunos, a educação inclusiva necessita de um bom suporte tecnológico para que as informações dos estudantes não se percam na instituição.

Gerenciar os arquivos manualmente é um método sujeito a falhas, onde os documentos podem se perder com mais facilidade. Por isso, é importante investir num sistema de gestão escolar que armazena todos os dados de um jeito prático e ágil.

Conclusão

A educação inclusiva é uma realidade em diversas escolas do país, contudo, há uma longa jornada pela frente para que as demais instituições se adequem às normas para atender alunos com deficiência e outras necessidades especiais de aprendizado.

Seguindo os passos essenciais, a sua escola estará pronta para receber esses alunos e proporcionar mais oportunidade de inclusão para pessoas com deficiência.

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