Os itinerários formativos são um dos pilares da reestruturação da última etapa da Educação Básica – o novo ensino médio. A mudança flexibiliza a construção da matriz curricular, possibilitando o aprofundamento nas áreas do conhecimento e formação técnica.
A matriz curricular segue as definições da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que propõe um currículo dinâmico, composto pela formação geral básica e os itinerários formativos. As escolas têm autonomia para definir os itinerários formativos que serão ofertados e flexibilidade para construir suas grades curriculares.
Com a nova configuração, as instituições precisaram se adaptar para ofertar unidades curriculares que contribuam para o desenvolvimento de habilidades e competências essenciais para a trajetória profissional, assim como a pessoal e social dos estudantes.
Composição da matriz curricular do novo ensino médio
As escolas precisam adequar suas propostas pedagógicas às Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que propõe uma estrutura curricular diversificada para os últimos 3 anos da Educação Básica.
O currículo da etapa contempla as aprendizagens essenciais da formação geral básica e os aprofundamentos e formação técnica, com a implementação dos itinerários formativos.
Além disso, o modelo de ensino ainda implementa na grade a construção do projeto de vida dos estudantes e as disciplinas eletivas, com oferta a critério das instituições de ensino.
Formação geral básica
A formação geral básica é o conjunto de competências e habilidades essenciais previstas na BNCC. As aprendizagens fazem parte do currículo obrigatório, comum às turmas do 1°, 2° e 3° ano, correspondendo a 60% (1.800 horas) da carga horária do novo ensino médio.
A unidade curricular é composta pelas disciplinas obrigatórias: Língua Portuguesa, Matemática, Biologia, Física, Química, Artes, Educação Física, Língua Inglesa, Filosofia, Geografia, História e Sociologia.
Itinerários formativos
Os itinerários formativos são conjuntos de unidades curriculares flexíveis ofertadas na grade do novo modelo que permite o aprofundamento e a ampliação das aprendizagens em uma ou mais áreas do conhecimento e/ou formação técnica profissional.
Diferente das disciplinas da grade comum obrigatória, os alunos podem escolher um ou mais itinerários para cursar durante os três últimos anos da formação básica.
As unidades curriculares podem ser estruturadas com oficinas, projetos, núcleos de estudo, entre outros formatos, correspondendo a 40% (1.200 horas) da carga horária.
Projeto de vida
O projeto de vida é uma competência obrigatória no novo formato. A unidade tem com objetivo fomentar o protagonismo e a autonomia do estudante em sua jornada.
Com foco na formação integral dos jovens, a unidade curricular integra os itinerários formativos, proporcionando o desenvolvimento de habilidades e o autoconhecimento.
Além disso, a abordagem do projeto de vida deve percorrer as dimensões pessoal, profissional e social. Promovendo, dessa forma, a autodescoberta no aspecto pessoal; bem como as competências exigidas no mercado do trabalho, na perspectiva profissional; e a figura cidadã e suas responsabilidades na vertente social.
Disciplinas eletivas
As disciplinas eletivas integram a parte flexível do currículo do novo ensino médio, compondo os itinerários formativos. Assim, o aluno pode compor sua grade curricular de acordo com suas afinidades e interesses.
Desse modo, a depender das ofertas de itinerários formativos e disciplinas eletivas, o aluno poderá personalizar o quadro de aprendizagens optando por cursar disciplinas eletivas dentro ao fora da área escolhida para o seu itinerário formativo.
A decisão quanto a oferta das disciplinas eletivas é feita pela escola. Dessa forma, as instituições podem optar se vão ou não disponibilizar as eletivas para os estudantes. Além disso, as escolas ainda podem decidir oferecer as eletivas apenas em parte dos itinerários.
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Composição do itinerário formativo
O itinerário formativo é tido como o “guarda-chuva” dos componentes curriculares implementados no novo formato. Pois ele é composto pelas trilhas de aprofundamento, o projeto de vida e as disciplinas eletivas.
Somados, os componentes do itinerário formativo devem corresponder ao total de 1.200 horas. A distribuição da carga horária entre as unidades curriculares deve respeitar o esquema sugerido pelo MEC, que reforça a necessidade de destinar a maior parte do currículo para as trilhas de aprofundamento.
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Tipos de itinerários formativos
Itinerário formativo geral por área do conhecimento
O formato é tido como o simples e prático de ser implementado, pois pode utilizar recursos como o corpo docente e a estrutura pedagógica que a instituição já tem disponível.
Contudo, é importante lembrar que o objetivo do Itinerário geral por área é possibilitar o aprofundamento em conhecimentos específicos e viabilizar experimentações na área, conforme os Referenciais Curriculares para Elaboração de Itinerários Formativos.
Itinerário formativo com tema específico
A oferta do modelo depende de uma estrutura específica para a realização das práticas.
Assim, considerando as necessidades para a aplicação das unidades, as escolas têm flexibilidade de se adaptar para realizar a oferta ou buscar instituições parceiras que disponibilizem equipamentos, docentes e estruturas específicas para viabilizar a oferta.
Além disso, na aplicação do modelo, é fundamental trabalhar temas relevantes, considerando os contextos locais e sociais, além de analisar tendências do mercado para oferecer Itinerários que despertem o interesse e atenda as necessidades dos estudantes.
Itinerário formativo com formação profissional/técnica
Assim como o Itinerário Formativo com tema específico, este formato também necessita de uma estrutura específica e pode ser ofertado por meio de uma instituição parceira.
Além disso, a unidade curricular deve estar associada ao projeto de vida do estudante, auxiliando no acompanhamento do desenvolvimento e aprendizagem das práticas.
Possibilidade de itinerários formativos por área do conhecimento
A princípio, para compor os itinerários formativos, as escolas precisam analisar o cenário financeiro e acadêmico. Dessa forma, é fundamental considerar aspectos com as necessidades e anseios da comunidade escolar, capacidade da estrutura e recursos físicos e humanos.
Os itinerários formativos são segmentados e estruturados com base nas áreas do conhecimento, formação técnica e profissional e/ou no desenvolvimento de habilidades e competências de áreas específicas. O principais tipos de itinerários integrados são:
1. Linguagens e suas Tecnologias
A unidade curricular permite o aprofundamento no conhecimento de diversas linguagens em contextos sociais e locais. Entre as possibilidades, as principais são as línguas vernáculas, estrangeiras, clássicas, indígenas. Bem como a Língua Brasileira de Sinais, linguagens digitais, corporais, artística, artes cênicas, produções literárias, entre outras.
2. Matemática e suas tecnologias
O itinerário foca nos conceitos matemáticos e suas aplicações nos contextos da vida profissional e social dos estudantes. As possibilidades para a grade envolve a análise de dados estatísticos e probabilidade, geometria, assim como a resolução de problemas e análises complexas, entre outras propostas da área.
3. Ciências da Natureza e suas Tecnologias
A unidade curricular proporciona o aprofundamento nos conhecimentos e aplicação de diferentes conceitos científicos. Viabilizando, desse modo, o desenvolvimento de estudos em: química dos produtos naturais, astronomia, meteorologia, física geral, climatologia, além de possibilitar o estudo de outras práticas.
4. Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Abordando as estruturas, conceitos e aplicação das ciências humanas nas áreas sociais e de trabalho, o currículo do itinerário pode conter: estudos sobre relações sociais, modelos econômicos, processos políticos. Além disso, temas como pluralidade cultural, em suas diversas ramificações e outras possibilidades também podem ser exploradas.
5. Formação Técnica e Profissional
O itinerário tem como foco a promoção de programas educacionais voltados para a qualificação profissional dos estudantes. Desse modo, os alunos são direcionados para o desenvolvimento do projeto de vida e carreira. E, no processo, os estudantes se prepararam para as transformações e exigências do mercado de trabalho, reforçando aspectos como o empreendedorismo e a inovação.
Eixos estruturantes dos itinerários formativos
Os itinerários formativos devem ser desenvolvidos com base nos quatro eixos estruturantes propostos pelo MEC. Pois, eles viabilizam o desenvolvimento de experiências educativas que aproximam os estudantes do mercado e auxiliam no desenvolvimento de habilidades essenciais para a formação integral.
Em síntese, compreender a necessidade e o emprego de cada um dos eixos estruturantes é fundamental para a elaboração assertiva dos itinerários formativos.
Investigação científica
O eixo da ênfase na ampliação da capacidade dos estudantes de investigar a realidade, compreendendo, valorizando e aplicando o conhecimento sistematizado. Contribuindo, nesse sentido, com o desenvolvimento local e a melhoria da qualidade de vida da comunidade.
Processos criativos
A vertente foca na ampliação da capacidade dos estudantes de desenvolver produtos ou soluções criativas que atendam as demandas sociais, a partir da expansão do conhecimento científico.
Mediação e intervenção sociocultural
Abordando o aprimoramento dos conhecimentos e habilidades para mediar conflitos, o eixo tem como intuito promover entendimento, bem como propor soluções para questões e problemas socioculturais e ambientais das comunidades.
Empreendedorismo
Por fim, a vertente de empreendedorismo foca na expansão de conhecimentos e habilidades voltadas para iniciativas empreendedoras, viabilizando a criação de projetos e negócios inovadores com auxílio da tecnologia.
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Como gerenciar os itinerários formativos?
A adição de unidades e a ampliação da carga horária na matriz curricular do novo ensino médio evidenciou a necessidade de adotar um recurso que ofereça praticidade, flexibilidade e organização para gerenciar a oferta dos itinerários formativos.
Afinal, se apenas com grade curricular comum as instituições de ensino já enfrentavam problemas como desorganização, perda de dados e sobrecarga da equipe. Com o novo formato, ficou insustentável gerenciar os processos acadêmicos das escolas sem uma ferramenta adequada.
Dessa forma, enxergando o problema no processo de transição das escolas para o novo formato, preparamos o nosso software de gestão escolar para atender as demandas do novo ensino médio.
O recurso já foi testado e aprovado por mais de 1.000 instituições de ensino em todo o país e vem transformando o processo de implementação e gestão da nova matriz curricular.
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