Podemos definir a acessibilidade na escola como a adaptação de espaços e metodologias que visam a inclusão de pessoas com deficiência, ou altas habilidades.
No Brasil, a inclusão escolar já é realidade há alguns anos, com crianças e jovens com deficiência tendo direito a frequentar as escolas básicas regulares.
Porém, a acessibilidade está longe de ser uma realidade nas escolas públicas, que, na maioria dos casos, estão em prédios antigos, que não foram projetados para esse tipo de abordagem.
Apesar da falta de orçamento para oferecer todas as ferramentas necessárias aos profissionais da educação, há alternativas que viabilizam acessibilidade qualidade.
Neste post, trazemos 5 maneiras de aplicar a acessibilidade na escola e melhorar a experiência dos alunos. Confira!
1. Planeje a acessibilidade arquitetônica
Uma das mudanças mais importantes que as escolas precisam fazer, principalmente as que estão em prédios antigos, é a acessibilidade arquitetônica. Desse modo, as adaptações que o diretor deve fazer, precisam ter como foco a adequação de diferentes espaços da instituição de ensino, da portaria, até as salas de aula.
O ideal é que a entrada dos alunos seja feita por uma via de baixo tráfego e que no local haja pelo menos uma rota acessível via rampa — com largura mínima de 80 cm. Além disso, é importante que as rampas de acesso estejam presentes em todos os andares, com corrimãos em duas alturas, de 92 cm e 70 cm.
As portas externas e internas precisam ter no mínimo 80 cm de largura e tenham maçanetas do tipo alavanca. Em outras palavras, que permitam a abertura em um único movimento. Além disso, o ideal é que as salas de aula tenham uma área de circulação que permita a rotação de 360° e as lousas sejam instalados a 90 cm do chão.
Do mesmo modo, pelo menos 1% das cadeiras das escolas infantis precisam ser adaptadas para cadeirantes. Ou seja, com altura de 73 cm acima do piso. Esse padrão de móvel deverá estar também nas áreas de alimentação, para que os alunos tenham conforto e segurança na hora de fazer as suas refeições.
2. Estabeleça adaptações pontuais para acessibilidade na escola
Mesmo as escolas mais modernas podem otimizar a sua estrutura para receber os alunos com deficiência e promover acessibilidade na escola, em áreas como vestuário, alimentação e higiene. Nesse sentido, um exemplo são as barras de transferência para sanitários e os adaptadores que facilitam o uso de utensílios de cozinha — copo, garfo, colher, canecas etc.
Essas adaptações precisam estar em diferentes espaços dentro da instituição de ensino. Por exemplo, pelo menos 5% dos banheiros devem ser adaptados e apresentem, além de entradas maiores, uma área ampla. Adaptações como as barras de apoio devem estar a uma altura de 30 cm do vaso sanitário.
Os bebedouros padronizados também podem ser um problema para portadores de deficiências. Por isso, é importante que haja bebedouros de alturas diferentes em relação ao solo, com, pelo menos, um com botão de acionamento a uma altura de 80 cm do piso.
Além disso, os mobiliários e equipamentos projetados são essenciais para os alunos com deficiência. Esses itens devem apresentar a identificação internacional de acesso, garantindo a preferência de uso.
3. Utilize equipamentos adaptados para o lazer e esportes
As aulas de educação física podem se tornar um transtornos para os alunos com deficiência. Afinal, nem sempre os professores têm em mãos os instrumentos que permitem a aplicação de uma aula mais inclusiva.
Os equipamentos adaptados viabilizam atividades esportivas e de lazer para alunos da educação inclusiva — com cadeiras de rodas, andadores, próteses, órteses, bicicletas adaptadas etc.
Na relação entre pessoas com deficiência e esporte, temos que lembrar que, a cada quatro anos, o mundo para acompanhar os jogos paraolímpicos. Assim, é importante utilizar os atletas medalhistas como exemplo de superação para os alunos.
4. Mude atitudes e comportamentos
Mudar alguns conceitos, atitudes e comportamentos também é uma forma de promover a acessibilidade na escola, mantendo o aluno mais confortável. Entre todas as nossas dicas, essa é a mais barata e fácil de implementar.
Por exemplo, algumas atitudes podem fazer toda a diferença na hora de se comunicar com pessoas com deficiência física, como as listadas abaixo:
- Quando for conversar com um cadeirante, tente sempre ficar na mesma altura dele, se possível, sente-se. Além de eliminar o desconforto que ele teria, ao ficar olhando para cima o tempo todo, a conversa fica mais agradável;
- Não se apoie em cadeiras de rodas ou muletas, pois os equipamentos não são acessórios. Eles funcionam como uma extensão do corpo das pessoas com deficiência. O excesso de peso pode tornar-se tornar desagradável;
- Antes de prestar auxílio a uma pessoa com deficiência, pergunte se ela deseja a sua ajuda. Alguns delas são independentes e já se adaptaram a situações rotineiras, como subir escadas ou realizar outras atividades. Forçar ajuda pode ser invasivo e inconveniente.
5. Utilize a tecnologia em prol da acessibilidade na escola
A gamificação nas salas de aulas, por exemplo, pode fazer com que os alunos trabalhem em equipe em jogos educacionais. A tecnologia pode facilitar a vida de alunos portadores de deficiência auditiva e visual.
Com o recurso, os estudantes podem consultar materiais adaptados com legendas e audiodescrição, feitas em tempo real por algoritmos.
Os recursos tecnológicos são aliados na redução do tempo de adaptação e no aumento do engajamento dos alunos. Além disso, as ferramentas são duráveis e podem ser utilizadas por diversas turmas.
Como vimos, a acessibilidade na escola é de suma importância para garantir que todos os alunos tenham uma experiência satisfatória de aprendizado e socialização nas instituições de ensino.
Com um bom planejamento escolar, professores dedicados e auxílio de boas ferramentas tecnológicas, o Brasil pode ser tornar uma referência mundial na inclusão educacional.
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