As instituições de ensino precisam rever métodos tradicionais de aprendizagem, apostando em inovação. Assim, uma das alternativas viáveis são as estratégias de gamificação no ensino, que aproxima o aprendizado da realidade das crianças e adolescentes, aumentando a capacidade de retenção de informações e o engajamento com as aulas.

As estratégias de gamificação na educação não visam apenas a tornar o ensino mais divertido, mas motivar os jovens por meio de objetivos, metas e premiações simbólicas. Para isso, é necessário utilizar elementos baseados em jogos, como pontuação, competitividade sadia, trabalho em equipe e evolução por fases.

Além de contribuir para os processos internos, a gamificação pode facilitar o ensino híbrido, que muitas instituições estão adotando devido à pandemia. Neste post, vamos mostrar quais são as principais estratégias de gamificação no ensino e como adotá-las. Confira!

1. Identifique as maiores necessidades dos alunos

Identificar pontos de maior dificuldade dos alunos pode ser o start necessário para a criação das melhores estratégias de gamificação para sua instituição de ensino. Por exemplo: como eles passam o dia utilizando plataformas interativas em seus smartphones, talvez as aulas em formato de apresentações do PowerPoint não retenham a atenção deles. 

Se não dispõe de uma plataforma de ensino e quer utilizar o programa tradicional, uma solução poderia ser a adição de elementos interativos, semelhantes a um jogo de mundo aberto ou um livro de aventura, aos slides. 

Insira botões no rodapé das páginas e permita que eles escolham o caminho que querem seguir. Isso permite que eles influenciem o fluxo do conteúdo, fazendo parte do processo de aprendizado, e não apenas como meros espectadores.

Faça uma pesquisa para entender quais são as áreas de dificuldade e demandas dos alunos em termos de aproveitamento de conteúdo e interatividade, e coloque essas questões como espinha dorsal das estratégias de gamificação. É possível começar o processo, com as ferramentas que vocês têm acesso, hoje mesmo.

2. Defina os objetivos de forma clara

Depois de identificar as necessidades dos alunos, criando a base para a estratégia de gamificação, é hora de definir onde se pretende chegar. Simplesmente, colocar botões para os alunos clicarem não contribuirá para uma gamificação estratégica.

É necessário que os objetivos de aprendizado sejam claros, para que os alunos entendam os conceitos e desenvolvam habilidades.

Mais do que reter a atenção dos jovens, é preciso que eles ganhem eficiência no estudo, ou seja, é importante definir metas de aprendizagem com prazo definido.

Para isso, temos que adicionar mais elementos, como veremos nos tópicos a seguir.

3. Crie um sistema de pontuação para a estratégia de gamificação no ensino

É o sistema de pontuação que permitirá aos alunos avaliar seu progresso ao longo do tempo, além de incentivá-los a avançar de forma rápida pelos ensinamentos.

Lembrando sempre que agilidade é diferente de correria — um aluno ágil é aquele que tem a habilidade suficiente para avançar nos conteúdos, sem perder qualidade no aprendizado.

A pontuação vem para deixar mais leve um tema que costuma provocar tensão nos alunos: as notas. Em vez de se concentrar nos erros, nesse processo, o foco está no progresso.

Enquanto na avaliação por notas o aluno perde a cada erro, no sistema de pontuação, ele ganha a cada acerto ou evolução no conteúdo. Dessa forma, há uma substituição inconsciente do medo de perder pela vontade de ganhar.

Nas provas, por exemplo, você pode dar pontuações de forma tradicional e na forma de pontos de experiência (XP). É possível dar ao aluno mais XP ao completar tarefas extracurriculares, participar de aulas ou qualquer outra tarefa que demonstre um maior esforço para aprender.

Se um aluno marcar 75% em um teste, dê-lhe 7.500 XP. Ou seja, em vez de partir de 100% e perder 25%, ele saiu do zero e chegou a mais de 7 mil. Esse elemento de gamificação ajuda a mudar a forma como eles olham para as notas.

4. Estabeleça os níveis dessas estratégias de gamificação

Os níveis, ou fases, são bastante utilizados em jogos tradicionais para indicar a evolução do jogador e apresentar novos desafios. Nas estratégias de gamificação escolar, essa poderá ser a nova forma como o educador se refere a tópicos e unidades, ilustrando claramente a progressão de capacitação do aluno.

Desse modo, é um processo de entendimento natural para os jovens — especialmente, os gamers —, pois eles entendem perfeitamente que, para chegar ao próximo nível, você tem que superar desafios do anterior.

Assim, fica muito mais estimulante mostrar para os alunos que, para passarem da fase 3 para a 4, precisam superar os desafios do que apenas mandá-los estudar a unidade e fazer os exercícios ao final, sem apresentar uma evolução fisicamente visível.

Além disso, é preciso transformar o conteúdo da unidade em exercícios e tarefas interativas para que, dessa maneira, o aluno tenha que alcançar pontuações para subir no ranking.

5. Mostre o progresso dos alunos

Ter um painel virtual que indique a evolução de cada aluno desde o início do ano letivo, além de estimulá-los, promove um senso de comunidade. Aqui está um dos diferenciais da gamificação do ensino: a exposição de resultados e identificação de evolução.

A instituição de ensino que utiliza em portal web ou App Agenda, por exemplo, poderá enviar para os alunos ou para os pais um gráfico do progresso, além do ranking da turma. 

Aliás, para aflorar o senso coletivo, uma boa alternativa é ranqueamento das turmas como equipes. Dessa forma será possível fazer a comparação de pontuação entre as salas — por exemplo, o 6º ano B teve 45.090 XP e o 6º ano C teve 50.000 XP no ano letivo.

Assim, além da competitividade, a estratégia cativará o senso de pertencimento nos alunos.

Nesse sentido, uma outra forma interessante de indicar a progressão de um aluno é dividir as pontuações, não por matéria, mas por habilidades.

Assim, sempre que um estudante conseguir determinada pontuação, ganha um avatar ou um selo simbólico, indicando que ele atingiu aquela habilidade.

Assim, o demonstrativo ficará no perfil do aluno no sistema e, a cada nova conquista, a coleção aumentará.

6. Ofereça recompensas

As recompensas simbólicas são importantes e contribuem para a motivação dos alunos, mas é interessante que a instituição de ensino ofereça prêmios reais.

Por exemplo, a turma que ficar em primeiro no ranking pode ser premiada com um passeio em um museu.

O aluno melhor ranqueado pode ganhar um desconto na mensalidade ou em outras taxas referentes ao pagamento. A instituição pode fazer parcerias com faculdades para oferecer descontos aos alunos mais bem pontuados após o término do Ensino Médio. As possibilidades são infinitas.

Como vimos, as estratégias de gamificação, se bem implementadas, podem oferecer um grande diferencial para a instituição de ensino, alinhando a aprendizagem à transformação digital.

Desse modo, entre os principais benefícios desse processo, podemos destacar a troca da sensação de fracasso pela superação — pois no jogo, é possível tentar novamente e aprender com os erros.

Assim, os alunos verão os resultados de forma mais clara, o que aumentará o engajamento e a concentração nas atividade.

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